Jornal Carangola

5 de mai de 20192 min

É #FAKE mensagem que diz que colocar feijão de molho com vinagre mata bactéria que nem antibióticos

Mensagem tem viralizado em aplicativo de mensagens e redes sociais. Texto que circula tem conteúdo falso.

Os médicos estão pedindo pela "Milésima Vez" para quem for cozinhar feijão, deixar ele de molho por "15min" no vinagre. Depois lavar bem e põe para cozinhar. "Só o vinagre" está matando uma bactéria que está vindo no feijão das plantações. Nem os antibióticos estão resolvendo. Os médicos estão desesperados. Vamos repassar isso, principalmente para quem tem crianças!
Compartilhe por favor! Isto é seríssimo!
 
Repassando para o máximo de famílias possível.

Um texto que se espalhou pelo WhatsApp afirma que colocar o feijão de molho em água com vinagre antes de cozinhá-lo mata uma bactéria vinda das plantações, que, segundo a mensagem, “nem os antibióticos estão resolvendo”. É #FAKE.

A nutricionista Patrícia Prada, livre-docente pela Universidade de Campinas (Unicamp), e o professor e doutor em nutrição Diogo Cunha dizem que a temperatura de cozimento do feijão, acima de 75ºC, já mata as bactérias que o grão poderia conter. Ou seja, essa "dica" viral não tem fundamento.

A nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Marisa Coutinho também afirma que não há nenhuma comprovação científica que o vinagre acabe com bactérias do feijão. Ela conta que a recomendação serve, na realidade, para diminuir a quantidade de fitatos, composto presente nos grãos que dificulta a absolvição de proteínas, minerais e vitaminas pelo corpo.

“O uso do vinagre facilita a ‘quebra’ do ácido fítico”, explica.

Em 2015, um boato parecido também se espalhou pelo WhatApp. A mensagem dizia que o feijão estava contaminados por larvas e a recomendação era a mesma: lavar o grão com vinagre. Na época, o hospital vinculado à história desmentiu o relato.

Em entrevista sobre o caso, o médico nutrólogo Carlos Alberto Nogueira, diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), afirma que, caso a história fosse verdadeira, seria uma situação de exceção. "Uma larva qualquer, a pessoa vai mastigar, engolir e ela vai virar comida. Comemos larvinhas de goiaba, por exemplo, a vida inteira e não acontece nada. Se existe algum tipo de larva que carregue em si uma bactéria nociva, não tenho conhecimento. Trabalho com alimentos há 18 anos e para mim seria uma coisa nova."