Ex-deputado federal, que foi secretário de Governo nas gestões Aécio e Anastasia, teria atuado em favor da JBS.
Articulador. Ex-secretário de Governo Danilo de Castro estaria por trás de indicações dos tucanos
O ex-deputado federal Danilo de Castro (PSDB-MG) teve R$ 5,6 milhões em bens bloqueados pela Justiça Federal de São Paulo por supostamente ter atuado em favor dos interesses do empresário Joesley Batista, um dos proprietários da J&F, controladora da JBS. O ex-parlamentar foi secretário de Governo nas gestões dos tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia em Minas e é um dos nomes fortes do partido no Estado.
A decisão do juiz federal João Batista Gonçalves é a mesma que determinou, na última terça-feira, o bloqueio de R$ 128 milhões em bens do deputado federal Aécio Neves. Além deles, outras 19 pessoas físicas e jurídicas também tiveram os bens bloqueados e são investigadas pela Polícia Federal, a partir da delação premiada de Joesley Batista, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
De acordo com o magistrado, em 2014, Danilo de Castro foi indicado por Aécio "para tratar diretamente de pedidos de restituição de créditos de ICMS no valor de R$ 24 milhões em favor de empresas ligadas ao grupo J&F." O ex-deputado, então, teria se encontrado com Ricardo Saud e Valdir Aparecido Boni, ex-executivos da JBS, para conversar sobre o tema.
As investigações dão conta que houve uma transferência de créditos de R$ 5,6 milhões para a V&M do Brasil S.A, em agosto de 2014, correspondendo a parte do que teria sido solicitado pela J&F.
Na ocasião, Aécio era senador e ainda construía sua candidatura à Presidência da República, que disputou – e perdeu – em outubro do mesmo ano.
Por meio de nota, Danilo de Castro afirmou que a determinação da Justiça causou “grande espanto”, negou ter recebido valores ilícitos e reforçou que está à disposição das autoridades para esclarecimentos.
“Em meus mais de 40 anos de vida pública, sempre me pautei pelo mais absoluto respeito à coisa pública e às leis. Por isso, causa-me grande espanto a notícia dos bloqueios dos meus bens, na medida em que: os fatos em apuração dizem respeito a questões que sequer faziam parte das minhas atribuições como secretário de Estado; em momento algum cogita-se que eu teria recebido um centavo ilícito sequer; e meus bens foram adquiridos em razão de muito trabalho e devidamente declarados conforme a lei. Por fim, reitero que estou à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários e que tomarei as medidas legais cabíveis contra essa injusta decisão”, escreveu o ex-secretário.
Por DA REDAÇÃO
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