Jornal Carangola

23 de ago de 20212 min

Fiocruz recomenda vacinação de adolescentes para volta ao ensino presencial

'Não há razão para acreditar que as vacinas não devam ser igualmente protetoras contra a Covid-19 em adolescentes como são em adultos', explica especialista. Reabertura de escolas deve estar associada a outras medidas, como uso de máscara e distanciamento físico de 1,5 metro.

Um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomenda a vacinação de jovens de 12 a 18 anos para o retorno mais rápido ao ensino presencial e à prática de esportes e outras atividades.
 

Para a coordenadora do grupo de trabalho criado sobre o assunto e assessora da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), Patrícia Canto, a vacinação de adolescentes pode reduzir significativamente o fechamento prolongado de turmas, escolas e interrupções de aprendizagem.
 

 
“O risco de afastamento dos menores de 18 anos de suas atividades normais como escola e eventos sociais pode se revelar um risco maior do que o da própria Sars-CoV-2 para eles. Não há razão para acreditar que as vacinas não devam ser igualmente protetoras contra a Covid-19 em adolescentes como são em adultos e, em conjunto com as medidas de distanciamento e uso de máscaras, propiciem um retorno às aulas ainda mais seguro”.
 

 
O documento é uma versão atualizada e ampliada de um conjunto de orientações e recomendações sobre as atividades escolares publicado em março.
 

 
O material, segundo a Fiocruz, é baseado em evidências e informações científicas e sanitárias, nacionais e internacionais.
 
A nova edição traz, entre outros temas, novos elementos, com questões como:

  • a vacinação de crianças e adolescentes;

  • a transmissão aérea da Covid-19;

  • os possíveis riscos em ambientes fechados e como enfrentá-los.


 
Para os pesquisadores, em um cenário de alta transmissão comunitária do coronavírus, o funcionamento das escolas precisa estar associado à manutenção de outras medidas, como:

  • ventilação e melhoria da qualidade do ar dos ambientes;

  • uso de máscaras com comprovada eficácia;

  • definição de estratégia para rastreamento e monitoramento de casos e contatos na escola e medidas para suspensão de atividades presenciais;

  • manutenção do distanciamento físico de, pelo menos, 1,5 metro;

  • e orientações sobre higienização contínua das mãos.


 
A Fiocruz defende ainda que a decisão sobre o melhor momento para a reabertura deve seguir as orientações dos indicadores epidemiológicos e quem tiver com algum com sintoma respiratório deve permanecer em casa.
 

 
Para os especialistas, o plano de retorno às atividades presenciais de ensino deve ser aprovado após ampla discussão com a comunidade escolar e continuamente atualizado, e deve envolver alunos, crianças, adolescentes ou adultos na tomada de decisões.