Vereadores de BH aprovam uso da Bíblia em escolas como 'material complementar'

Uso da Bíblia como Recurso Cultural nas Escolas é Aprovado em BH: Entenda o Que Está em Jogo
Com ampla maioria, vereadores de Belo Horizonte aprovam o uso da Bíblia como fonte de conhecimento cultural, histórico e literário nas escolas. O projeto, que dividiu opiniões, agora aguarda a decisão final do prefeito.
Educação e Tradição: Câmara de BH Aprova Uso da Bíblia nas Escolas como Material de Apoio Cultural
Um Projeto que Une História, Cultura e Espiritualidade
Com 28 votos favoráveis, 8 contrários e 2 abstenções, a Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou em segundo turno o projeto que autoriza o uso da Bíblia como material de apoio nas escolas públicas e privadas da capital mineira. A proposta, de autoria da vereadora Flávia Borja (DC), não torna o ensino bíblico obrigatório, mas permite que professores usem o texto sagrado para abordar aspectos históricos, geográficos, culturais e arqueológicos.
A medida reacende o debate sobre a interseção entre fé, educação e laicidade do Estado, e agora aguarda sanção ou veto do prefeito Álvaro Damião (União Brasil).
O que Diz o Projeto: Cultura, Não Doutrina
O texto do projeto especifica que a utilização da Bíblia deve respeitar a diversidade e não deve ter conotação religiosa proselitista. Ela poderá ser usada como apoio pedagógico em aulas de história, geografia e literatura, especialmente quando tratar de civilizações antigas como Israel, Babilônia, Egito e Roma, com foco nos contextos culturais e arqueológicos.
Vereadores que apoiaram a proposta defendem que a Bíblia é uma das obras mais influentes da história da humanidade e, por isso, merece espaço no ambiente acadêmico como ferramenta de reflexão, sem imposições religiosas.
Debate Aceso: Tradição Cultural ou Risco à Laicidade?
O projeto dividiu opiniões. Parlamentares contrários sustentam que, embora o texto mencione um viés cultural, a aplicação prática da proposta pode abrir precedentes para o proselitismo religioso em ambientes escolares — o que violaria o princípio do Estado laico.
Entidades como a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA) e movimentos de defesa da liberdade religiosa expressaram preocupação com a eventual influência religiosa disfarçada de ensino cultural.
Rejeição de Emenda Reacende Controvérsia
Uma emenda que proibia qualquer interpretação religiosa na aplicação da lei foi rejeitada, o que intensificou os debates. Críticos alegam que isso pode permitir brechas para que a Bíblia seja usada com viés catequético, enquanto defensores argumentam que qualquer abuso poderá ser fiscalizado pelas próprias escolas e pela Secretaria de Educação.
Como Votaram os Vereadores?
A maioria conservadora da Câmara impulsionou a aprovação. Dentre os votos favoráveis estão nomes ligados a pautas religiosas e valores tradicionais, como, Flávia Borja (DC) e Irlan Melo (PSD). Os votos contrários vieram, em sua maioria, de parlamentares progressistas, defensores de um ensino desvinculado de qualquer fé específica.
A lista completa dos vereadores de Belo Horizonte que participaram da votação sobre o uso da Bíblia como material de apoio nas escolas públicas e particulares é a seguinte:
Votaram a favor (28 votos):
Arruda (Republicanos)
Braulio Lara (NOVO)
Bruno Miranda (PDT)
Cláudio do Mundo Novo (PL)
Cleiton Xavier (MDB)
Diego Sanches (SDD)
Dra. Michelly Siqueira (PRD)
Edmar Branco (PCdoB)
Flávia Borja (DC)
Helinho da Farmácia (PSD)
Irlan Melo (Republicanos)
José Ferreira (Podemos)
Juninho Los Hermanos (Avante)
Leonardo Ângelo (Cidadania)
Loíde Gonçalves (MDB)
Lucas Ganem (Podemos)
Maninho Félix (PSD)
Marilda Portela (PL)
Neném da Farmácia (PMN)
Osvaldo Lopes (Republicanos)
Pablo Almeida (PL)
Professora Marli (PP)
Rudson Paixão (SDD)
Sargento Jalyson (PL)
Tileléo (PP)
Trópia (NOVO)
Uner Augusto (PL)
Vile (PL)
Votaram contra (8 votos):
Cida Falabella (PSOL)
Dr. Bruno Pedralva (PT)
Iza Lourença (PSOL)
Juhlia Santos (PSOL)
Luiza Dulci (PT)
Pedro Patrus (PT)
Pedro Rousseff (PT)
Wagner Ferreira (PV)
Abstiveram-se (2 votos):
Bruno Miranda (PDT)
Helton Junior (PSD)
O Papel da Bíblia no Ensino Global
Vale lembrar que países como Estados Unidos, Reino Unido e Israel já utilizam a Bíblia como objeto de estudo interdisciplinar, valorizando-a como documento histórico e literário sem promover a religião em si. Essa abordagem, quando feita com rigor acadêmico e pluralidade, pode enriquecer a compreensão do mundo antigo, da ética e das grandes narrativas humanas.
E Agora? Prefeito Tem a Palavra Final
O texto agora será apreciado pelo prefeito Álvaro Damião, que poderá sancionar ou vetar a proposta. O posicionamento dele será decisivo para os rumos do debate educacional em Minas Gerais — e pode repercutir nacionalmente.
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