Torcedor do Cruzeiro denuncia agressão da polícia após jogo no Mineirão; VÍDEO

Torcedor denuncia agressão da PM após jogo no Mineirão e levanta debate sobre violência policial em eventos esportivos
"Torcedor do Cruzeiro denuncia agressão da polícia após jogo no Mineirão"
Jovem torcedor relata agressões físicas após partida entre Cruzeiro e Flamengo
Um episódio lamentável após o clássico entre Cruzeiro e Flamengo, no último domingo (4), no Estádio Mineirão, acendeu o alerta sobre o uso excessivo da força pela Polícia Militar de Minas Gerais. O jornalista Guilherme Guerra, de 27 anos, denunciou ter sido brutalmente agredido por policiais enquanto comemorava com outros torcedores do lado de fora do estádio.
No vídeo que circula nas redes sociais, um grupo de cruzeirenses aparece cantando e celebrando a vitória quando são abruptamente dispersados com violência por militares do Batalhão de Choque. Segundo Guilherme, não houve provocação ou conflito: “Eles chegaram e começaram a bater. Fui atingido no queixo, na coxa, no braço e na lombar. Foi completamente desnecessário e assustador”, relatou.
Medo e impunidade: clima de intimidação persiste
Mesmo ferido, Guilherme decidiu não registrar boletim de ocorrência por receio de sofrer represálias. “Tentei conversar com uma policial, e ela me mandou sair dali se não quisesse apanhar de novo. Fiquei com medo de ser marcado”, contou.
Esse tipo de medo revela mais que um episódio isolado: mostra a fragilidade da relação entre cidadãos e a corporação que deveria protegê-los. O temor de retaliação representa um dos principais fatores para a subnotificação de abusos cometidos por agentes do Estado.
PM justifica com alegações frágeis: gestos obscenos e aglomeração
Em nota oficial, a Polícia Militar alegou que os torcedores estariam impedindo a passagem no Portão C e teriam feito "gestos obscenos" e cânticos contra os policiais. A corporação afirmou ter agido para "garantir a dispersão" e controlar uma suposta confusão generalizada. No entanto, as imagens divulgadas não mostram confrontos ou ameaças à ordem pública que justificassem o uso desproporcional da força.
Especialistas apontam abuso de autoridade e ausência de protocolos humanizados
Juristas e especialistas em segurança pública ouvidos pela reportagem destacam que o caso pode configurar abuso de autoridade, conforme a Lei nº 13.869/2019, que pune agentes públicos que excedem o uso da força ou atuam fora dos limites legais.
O professor e pesquisador em segurança pública, Dr. Eduardo Figueiredo, afirmou: “Não basta apenas conter aglomerações. O policial deve agir como mediador, e não como executor de punições sumárias. Se não houver proporcionalidade, há violação direta dos direitos humanos”.
Onde está a corregedoria? O papel do controle social
Diante da gravidade dos fatos, é imprescindível que o caso seja investigado por órgãos independentes, como o Ministério Público e a Ouvidoria de Polícia. O silêncio institucional, somado ao medo dos torcedores, gera um ambiente de impunidade e reforça a necessidade de reformas profundas no treinamento e conduta da PMMG em eventos de massa.
Eventos esportivos não podem se transformar em arenas de violência
O futebol é paixão nacional, mas não pode continuar sendo palco de traumas. É hora de repensar como as forças de segurança são instruídas a lidar com torcedores. A repressão gratuita destrói o senso de confiança na proteção pública e mancha a imagem das instituições.
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