Papa Leão XIV esteve em Belo Horizonte pelo menos duas vezes, recebeu novos freis agostinianos e festejou aniversário de escola
Papa Leão XIV: Visitas e Legado Espiritual em Belo Horizonte
Por Alex Ferreira
09/05/2025 | Atualizado em 09/05/2025 - 02h15
"O Papa Leão XIV, sucessor do Papa Francisco, esteve em Belo Horizonte e Região Metropolitana em pelo menos duas ocasiões, em 2004 e 2012, fortalecendo laços com a Ordem Agostiniana e promovendo um legado de humildade e espiritualidade."
O novo Papa Leão XIV, o cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, tem marcado sua trajetória dentro da Igreja Católica não apenas pelo carisma, mas também pela continuidade do trabalho iniciado por Papa Francisco. Com duas visitas registradas a Belo Horizonte e Região Metropolitana, em 2004 e 2012, ele não apenas fortaleceu a Ordem de Santo Agostinho, mas também deixou um legado de profunda humildade e compromisso com o povo.
Primeira Visita a Belo Horizonte: 2004
Em sua primeira visita à capital mineira, o então cardeal norte-americano foi recepcionado para uma das mais simbólicas celebrações da sua trajetória: a festa dos 70 anos do tradicional Colégio Santo Agostinho. Localizado na Av. Amazonas, região Centro-Sul de Belo Horizonte, o Colégio Santo Agostinho tem uma histórica relação com a Ordem Agostiniana e recebeu a visita de Prevost com grande acolhimento.
Além da festa, a visita de 2004 teve o tom de um homem sério, mas acessível, marcado por gestos contidos e uma proximidade notável com a comunidade. Na ocasião, Prevost também demonstrou sua forte conexão com os freis agostinianos, que têm um papel preponderante na manutenção das tradições da Igreja e na educação religiosa.
Segunda Visita: 2012
A segunda visita do Papa Leão XIV a Minas Gerais ocorreu em 2012, quando ele retornou à região para mais uma visita pastoral. Durante essa visita, Prevost esteve em Mário Campos, na Grande Belo Horizonte, onde recebeu a profissão religiosa dos freis da Ordem Agostiniana. Essa ocasião não foi apenas uma celebração litúrgica, mas também uma demonstração da contínua missão da Igreja em dialogar com diferentes realidades sociais e espirituais.
Prevost também passou por algumas das instituições de grande relevância na cidade, como a Fraternidade Agostiniana do Barreiro, a Paróquia Cristo Redentor no Barreiro de Cima, o Colégio Santo Agostinho e a Paróquia Nossa Senhora da Consolação e Correia, no Bairro Santo Agostinho, todas situadas na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Esses encontros reforçam a importância da presença e do trabalho da Igreja em diferentes comunidades de fé.
"Continuação de Francisco"
O frei agostiniano Paulo Gabriel, que conheceu e conviveu com Prevost em diversas ocasiões, destaca a personalidade de Leão XIV como alguém que segue a linha do Papa Francisco, mas com uma abordagem mais contida. "Ele é muito bem informado teologicamente, é humilde, próximo, sério, muito espiritual e contido nos gestos", afirma o frei. De acordo com Paulo Gabriel, Prevost foi escolhido para ser Bispo no Peru, em parte, para se contrapor aos grupos mais tradicionalistas da Igreja Católica, mantendo o diálogo aberto e acolhedor com aqueles que mais necessitam.
Em relação ao seu papado, o frei vê em Leão XIV um líder que dará continuidade ao trabalho de Francisco, promovendo uma igreja do povo e para o povo, com ênfase no diálogo ecumênico e na busca pela unidade dentro da Igreja, embora sem a exuberância e simpatia de Francisco, que são características pessoais do pontífice argentino. O desafio de Leão XIV será construir pontes dentro da Igreja, sem aumentar as divisões que, por vezes, surgem entre os tradicionalistas e os mais progressistas.
Desafios e Perspectivas para a Igreja
A escolha de Robert Prevost como Papa Leão XIV representa uma continuidade do espírito de renovação iniciado por Francisco. No entanto, a Igreja Católica, como um organismo global e complexo, está longe de encontrar uma unidade plena. As tensões entre grupos tradicionais e progressistas continuam a ser um tema importante. Leão XIV, com sua postura mais reservada e focada no diálogo, será crucial para enfrentar esses desafios, buscando uma unidade de propósito sem sacrificar os valores fundamentais da Igreja.
Ao refletir sobre o futuro da Igreja sob sua liderança, muitos católicos veem uma oportunidade de restaurar o elo com as bases, com os pobres e com aqueles marginalizados pela sociedade. Isso ocorre em um momento crítico, onde as questões sociais, políticas e econômicas continuam a desafiar as crenças e práticas religiosas de milhões de pessoas ao redor do mundo.
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