Após o Fórum ser inundado, processos e documentos foram derrubados pela força das águas e ficaram cheios de lama. O conjunto passou por três etapas: diagnóstico, lavagem e secagem. Em fevereiro, município foi atingido por uma enxurrada que deixou mais de três mil pessoas desabrigadas.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) recuperou mais de 300 processos judiciais e administrativos atingidos pelas fortes chuvas que atingiram Carangola em fevereiro deste ano. O acervo recuperado recebido pela Comarca de Carangola nesta quinta-feira (22).
No início do mês de março o G1 mostrou o início do trabalho de recuperação que a ação consistiria na retirada da lama deixada e na restauração individual de cada página. Ao todo foram resgatados 170 processos judiciais e 160 dossiês de documentos administrativos.
O trabalho teve duração de 41 dias e, ao todo, 37 pessoas se desdobraram nas atividades, sendo duas arquivistas, três supervisores administrativos, sete estagiários e 25 auxiliares de arquivo.
O material foi recuperado por equipes da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef). A ações foram desenvolvidas pela equipe da Coordenação de Arquivo Permanente, vinculado à Diretoria Executiva de Gestão da Informação Documental (Dirged).
O TJMG é o único no Brasil a manter pessoal das áreas de museologia, arquivologia, conservação e restauração nos quadros.
O 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Tiago Pinto, destacou que a virtualização é um fato, mas ainda existe grande quantidade de autos físicos que demandam cuidados. Para ele, é fundamental adotar medidas preventivas e contar com um setor especializado na recuperação em caso de prejuízo a esses processos.
Processo de recuperação
Após o Fórum de Carangola ser inundado, processos e documentos foram derrubados pela força das águas e ficaram cheios de lama. O conjunto foi encaminhado para um galpão no Bairro Cincão, em Contagem onde passou por três etapas: diagnóstico, lavagem e secagem.
A arquivista Barbara Maria Wacha, da gerência de Arquivo e Gestão documental da 2ª Instância, de Documentos Eletrônicos e Permanentes (Gedoc), explicou que o material passa por uma triagem, para identificar os mais encharcados e mofados, que são considerados prioritários.
O próximo procedimento foi a desmontagem dos autos e os documentos são secados com ventiladores industriais, etapa que pode ter dias de duração. Em seguida, os processos são conferidos e remontados.
Esta é a fase em que a equipe também analisa o que fazer quanto à destinação dos itens: muitos são devolvidos, mas alguns foram separados para eliminação por edital, outros para descarte e ainda para arquivamento (intermediário e permanente).
Chuvas em Carangola e região
Por causa da enxurrada, registrada durante o mês de fevereiro, o município teve cerca de 3 mil desabrigados e mais de 50 desalojados. O abastecimento de água também foi comprometido e a Prefeitura ainda realiza obras para normalizar a situação.
Na época, o G1 também mostrou que o governador Romeu Zema (Novo) esteve em Carangola e informou que o "Estado vai dar todo apoio".
Além do município de Carangola, Divino, Espera Feliz, Além Paraíba, Tombos e Orizânia também foram atingidas pelas chuvas.
Os alagamentos ocorreram após um acúmulo de chuva de mais de 100 milímetros atingir duas áreas no dia 19 de fevereiro - a cabeceira do Rio Carangola, que corta as cidades de Orizânia, Carangola, Divino, Tombos e os municípios fluminenses de Porciúncula e Natividade; e a região do Alto Caparaó, que abrange Espera Feliz e Manhuaçu. Por Fellype Alberto, G1 Zona da Mata
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