Agora Tem Especialistas: Governo federal lança programa para reduzir filas do SUS com apoio da rede privada

Nova política pública expande o atendimento especializado e aproxima o cuidado de quem mais precisa

O governo federal lançou, nesta sexta-feira (30), o programa “Agora Tem Especialistas”, uma reestruturação estratégica do antigo "Mais Acesso a Especialistas". O objetivo é claro e contundente: reduzir drasticamente as filas do Sistema Único de Saúde (SUS) em áreas críticas da medicina e devolver a dignidade de um diagnóstico rápido e tratamento eficaz à população.

Com essa iniciativa, clínicas privadas, hospitais filantrópicos e a rede pública passam a integrar um ecossistema colaborativo para ampliar o acesso a seis especialidades prioritárias: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Pacientes do SUS poderão realizar consultas, exames e iniciar o tratamento nessas áreas, inclusive fora do sistema público tradicional.

Durante a cerimônia de lançamento no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo à empatia dos profissionais da saúde. “Não é justo um cidadão esperar meses por uma segunda consulta. Precisamos de um SUS humanizado, funcional e eficaz”, declarou Lula. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que a medida busca salvar vidas, evitar mortes por diagnósticos tardios e reduzir os custos dos tratamentos.

A proposta foi formalizada por meio de uma Medida Provisória que também permite que hospitais e planos de saúde utilizem esse atendimento como forma de quitar dívidas com a União.

Mutirões, parcerias e inovação tecnológica

A estrutura pública será reforçada com mutirões de atendimento e ampliação de turnos em policlínicas, UPAs e salas de cirurgia, com expectativa de aumento de 30% na capacidade de atendimento. Em paralelo, o governo anunciou a aquisição de 120 aceleradores lineares para tratamentos de radioterapia, sendo que os primeiros já foram entregues em São Paulo, Bauru, Piracicaba, Curitiba, Rio de Janeiro e Teresina.

Saúde móvel: carretas vão atender regiões carentes

Para alcançar populações de áreas menos assistidas, o programa enviará 150 carretas móveis com equipes de cardiologia, oftalmologia e equipamentos como mamógrafos, tomógrafos e aparelhos de raio-X. Elas também realizarão pequenas cirurgias e biópsias, ampliando a resolutividade na ponta e aproximando a saúde da população.

Com essa medida, o governo aposta em um novo paradigma: integrar, descentralizar e personalizar o atendimento especializado, promovendo uma verdadeira revolução silenciosa e necessária na atenção à saúde pública.