Estados Unidos querem liderar fabricação global de chips com 5 milhões de wafers até 2026

Governo Trump acelera plano para independência tecnológica com construção de fábricas e capacitação em massa

O Secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, anunciou nesta quinta-feira (5), durante audiência no Comitê de Apropriações do Senado, que o governo norte-americano está intensificando os esforços para construir fábricas avançadas de chips em solo americano.

“Estamos tentando construir uma fábrica de chips avançada em 18 meses. A construção de fábricas de chips nos EUA tem sido muito lenta”, declarou Lutnick, sinalizando a urgência estratégica do plano para a administração Trump. A meta é ambiciosa: produzir cinco milhões de wafers — peças-chave na fabricação de semicondutores — dentro do mandato atual.

Além disso, o governo pretende capacitar cinco milhões de trabalhadores norte-americanos para operar nessas novas instalações, um movimento que une política industrial, requalificação da força de trabalho e soberania digital.

Contexto geopolítico e tensões com a União Europeia

Durante a mesma audiência, Lutnick também abordou as tensões comerciais com a União Europeia. Segundo ele, para que haja um acordo comercial, é necessário que a UE “tire o pé do pescoço das empresas de tecnologia”. Ele defende menos intervenção e mais liberdade no mercado digital.

Esse embate sinaliza uma mudança no paradigma econômico mundial: a batalha pela hegemonia tecnológica não se dá apenas no campo da inovação, mas também nas arenas da diplomacia e da regulamentação.

Implicações para o futuro da tecnologia global

A corrida por autonomia na fabricação de chips não é apenas uma decisão econômica — ela toca aspectos profundos da segurança nacional, controle estratégico e até identidade soberana de uma nação. Ao assumir esse protagonismo, os EUA tentam desenhar uma nova arquitetura de poder digital, onde a dependência externa se torna fragilidade.

A mensagem é clara: quem controla os chips, controla o futuro. E nessa disputa, os Estados Unidos querem estar à frente.