Justiça cassa mandato de vereador em Espera Feliz por abuso de poder político

Gilmarzinho da Ambulância é acusado de usar estrutura da prefeitura em mutirão oftalmológico durante a pré-campanha de 2024

Na cidade de Espera Feliz (MG), um desfecho judicial lança novas luzes sobre os limites éticos e legais do poder político local. Em decisão proferida nesta semana, o juiz da 303ª Zona Eleitoral determinou a cassação do mandato do vereador Gilmar Reis, conhecido como "Gilmarzinho da Ambulância", por abuso de poder político e condutas vedadas a agentes públicos. A decisão, ainda não definitiva, abre espaço para recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais.

A sentença é resultado de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) proposta pelo Ministério Público Eleitoral, que apontou irregularidades cometidas durante um mutirão oftalmológico nos dias 29 e 30 de junho de 2024.

Conforme apuração, o evento atendeu mais de 660 pessoas e foi publicamente promovido por Gilmar em suas redes sociais. A ação, embora aparentemente voltada ao bem-estar público, utilizou estrutura da prefeitura, recursos institucionais e apoio da Secretaria Municipal de Saúde, o que teria proporcionado vantagem indevida ao então pré-candidato à reeleição.

O juiz destacou em sua decisão que o ato “buscou confundir a prestação de serviços públicos com a autopromoção eleitoral”, comprometendo o equilíbrio da disputa. Além da cassação, Gilmar foi declarado inelegível por oito anos e condenado ao pagamento de multa de 10 mil UFIRs, valor estimado em cerca de R$ 55 mil reais.

O caso desperta reflexões profundas sobre o uso do poder como ferramenta de manipulação emocional e política. Quando a empatia e o cuidado com a população são usados como escudo para ambições pessoais, o tecido democrático se rompe.

Mais do que uma sentença, esta decisão representa um sinal: a justiça, quando operante e vigilante, se torna o antídoto contra os desvios morais que corroem a confiança pública.

Fonte: Portal Espera Feliz